sábado, 19 de febrero de 2011

Perguntava-me hoje de manhã, quando abri os olhos, qual é o sentido deste blog, agora que Portugal ficou tão longe... E com ele a terrível saudade de aquelas coisas pequenas, quase invisíveis, que enchiam a alma. A saudade das ruas estreitas, das calçadas meio partidas, do cehirinho a sardinha assada entre acordes de guitarra entoando um fadinho em Alfama. A saudade do silêncio do pessoal que passeia Lisboa, do barulho do eléctrico, da luz do pôr-do-sol lá em cima no castelo, da ponte, da minha ponte... A saudade do Tejo que muda as suas cores consoante as cores do céu, do céu, das núvens, e da chuvinha eterna de Lisboa. Saudade dos sonhos em português, dos pensamentos em português, do bater do coração português, mais calmo, mais pausado, quase a aquele ritmo perfeito que te permete avançar sem deixar de contemplar as coisas, pequenas coisas... Saudades, saudades tuas, e dela e da lua dourada através da janela, e do nevoeiro que abraça, e de tantas coisas, tantas...

Portugal é diferente, sim senhor, assim como eu sou.

No hay comentarios: