jueves, 12 de noviembre de 2009

A sós com a noite

A luz que se arredonda
Alongando-me a sombra, sozinha
A saudade a bater
Uma dôr que ao doer, é só minha
Um desejo inquieto
Um olhar indiscreto na esquina
Um rapaz de blusão
Arrastando p'la mão, a menina
Passa um velho a pedir
Incapaz de sorrir, p'los passeios
Um travesti que quer
Assumir-se mulher, sem receios
O alame de um carro
Um cigarro apagado, indulgente
Um cheiro inusitado
O semáforo fechado, p'ra gente
Sobe o fado de tom
E o fadista que é bom, improvisa
Estão em saldo os sapatos
Desce o preço dos fatos, de côr lisa
Um eléctico cheio
Uma voz de permeio 'vai chover'
Bate forte a suadade
Como é grande a vontade, de te ver

Jorge Fernando

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